V CBRG: confira resultados do primeiro dia de atividades

08/08/2018

Nesta terça-feira, 07, tive início o primeiro dia de atividades do V Congresso Brasileiro de Recursos Genéticos. Minicursos, trocas de experiências, painéis simultâneos com temas como, Criopreservação de germoplasma animal e otimização dos bancos genéticos; Microbiologia de ambientes extremos; Biotecnologia aplicada à caracterização e uso dos Recursos Genéticos Vegetais e Conservando a biodiversidade pelo uso, fizeram parte da programação. Além do Fórum de formação de Recursos Humanos para o Futuro dos Recursos Genéticos e do painel transversal sobre Políticas públicas em Recursos Genéticos, que completaram as atividades do dia. O evento segue com uma grade completa de programação até sexta-feira, 09.

O V CBRG se apresenta como um importante fórum de discussão entre instituições que se dedicam à pesquisa em recursos genéticos, constituindo-se uma importante ação de capacitação e atualização de profissionais e acadêmicos.“Discutimos sobre a aplicação e fiscalização das lei relacionada ao tema, além de formas para fomentar os recursos genéticos na agricultura e na alimentação. Todos esses temas foram abordados, trocamos contatos e, acredito que sem dúvida, vamos estimular as discussões e as pesquisas que impactam diretamente na nossa biodiversidade”, explica Fabrício Santana Santos, membro da Secretaria do Produtor Rural e Cooperativismo/MAPA.

No evento a comunidade científica tem espaço para expor e conhecer os mais recentes avanços do conhecimento, processos, produtos e serviços oriundos de suas pesquisas que podem trazer melhorias significativas do ponto de vista ambiental, econômico e social. “Em 2016, no último congresso, traçamos algumas metas e agora em 2018 fizemos uma leitura e acompanhamento dessas metas. Muita coisa avançou, não tantas quanto gostaríamos, mas não ficamos estáticos. A dinâmica foi feita, a sensibilização dos parceiros aconteceu e o MAPA por atribuição da lei de acesso ao patrimônio de recursos genéticos teve que se movimentar, no sentido de buscar uma aproximação com a Embrapa e as Universidades. E eu acredito que isso foi um avanço”, completa Fabrício Santana Santos.

Segundo Lilian Rahal, secretária do Ministério do Desenvolvimento Social, o espaço do evento aberto para as discussões é de extrema relevância. “É importante ter esse espaço para discutir as políticas públicas de combate à pobreza e à fome, pois a partir dai existe a possibilidade de nós destinarmos políticas para agricultores familiares, agricultores extrativistas e povos de comunidades tradicionais, como indígenas e quilombolas. Para que eles possam desenvolver atividades produtivas nas suas próprias comunidades e que possam permanecer nessas áreas preservando e conservando os biomas e, ao mesmo tempo, utilizando os recursos naturais de maneira sustentável. Não só para alimentação e subsistência, mas também para a comercialização. Nossas políticas têm ajudado muito na inclusão produtiva rural desses agricultores de uma forma geral”, ressalta.

Para o representante da secretaria de extrativismo e desenvolvimento rural do Ministério do Meio Ambiente, Pedro Bruzzi, a programação impacta diretamente em setores e comunidades de grande relevância para a sociedade. "E cada vez mais relevante abordar essa temática ligado a conservação dos Recursos Genéticos devido ao avanço dos desmatamentos e da utilização das nossas áreas verdes para a produção agrícola. Nós da secretaria trabalhos muito com povos e comunidades tradicionais, que no escopo desse evento são os guardiões dos recursos genéticos. Eles guardam esse conhecimento tradicional, inclusive, de variedades de sementes crioulas, que são cada vez mais raras de encontrar, devido a transgenia e os diversos tipos de processos da tecnológicos que foram incorporados na agricultura. Uma tradição que é fundamental para vários setores da economia, como a produção de vacinas, remédios, cosméticos, componente químicos de fármacos, enfim, de uma quantidade de produtos que ainda nem foram identificados pela indústria. A cura de doenças que a gente ainda desconhece enquanto civilização e sociedade. É um assunto relevante para ser abordado, afinal as políticas públicas são necessárias para apoiar e fortalecer esses povos e comunidades tradicionais na proteção e na guarda desses recursos genéticos. Sejam nas sementes ou nos locais onde eles protegem as nascentes, as floresta e as vegetações", explica.

Matéria: Mirely Costa - Vogal Comunicação

Fotos: Felipe Mafuz - Laser Vídeo






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